terça-feira, 28 de junho de 2016

QUAL O CULTO QUE DEUS QUER?


Desde que o homem e a mulher tomaram a iniciativa de desobedecer a Deus, o mundo entrou em uma grande decadência que os levou à cegueira moral e espiritual. Consequentemente, as visões celestiais tornaram-se raras e ineficazes e os cultos tornaram-se um desgosto para o Santo de Israel. Mas a misericórdia de Deus, cerca de 700 anos antes de Cristo, levantou um profeta para mostrar a nossa condição pecaminosa de maneira que pudéssemos restaurar as nossas vidas e cultuar a Deus da maneira que Ele quer (Isaías 1.1).

A visão de Isaías (1.2) nos revela o quanto prevaricamos contra o Senhor, pois consideramos bastante conveniente não cumprirmos a perfeita vontade de Deus. Agimos semelhantemente ao apóstolo Paulo: não fazemos o bem que deveríamos fazer.

A visão de Isaías (1.3) ao nos comparar com os animais mostra o quanto somos irracionais, brutos e anarquistas, pois cometemos injustiças causando prejuízos aos projetos de Deus.
Na visão de Isaías (1.4-6) somos tratados como iníquos, malignos, corruptores, blasfemos e traidores de Deus, rebeldes e enfermos.

Pela visão de Isaías (1.7-10) se nossa terra está assolada pela miséria, se existem homicídios, se estamos aterrorizados pela maldade humana, grande parte é porque não estamos verdadeiramente prestando atenção à Palavra do Senhor.

Na visão de Isaías (1.11-15) estamos fazendo Deus sofrer cultuando de maneira abominável – somos desprezíveis pecadores.

Mas nem tudo está perdido! A boa notícia é que ainda temos chance! Ao lermos os versículos 16 a 18, conheceremos um pouco da infinita misericórdia do Santo de Israel.

Entretanto, cuidado, pois existe a questão do livre arbítrio (1.19-20).

É VOCÊ QUEM DECIDE!

OS "AIS" DO PROFETA ISAÍAS - II

O quarto “ai” do profeta Isaías é por causa da falsidade do povo (5.20) - É o mesmo Isaías quem diz que a falsidade nas relações com Deus faz com que o Senhor se afaste do Seu povo (Isaías 59.2-3). As bênçãos que Deus tem reservadas ficam como que suspensas até que o seu povo decida a cultuar a Deus com honestidade de coração. Ao falar sobre o culto realizado pelo publicano (Lucas 18.9-14) Jesus considerou condenável a prática do culto com falsidade. Devemos orar para que o Senhor desvie de nós o caminho da falsidade (Salmos 119.29).

O quinto “ai” do profeta Isaías é por causa da soberba do seu povo (5.21) - Quando alguém se acha mais sábio que o outro, isso é soberba; quando alguém acha que sabe tudo, é soberba; quando alguém acha que o seu próximo não pode lhe ensinar nada, é soberba. Quando alguém se acha mais espiritual que o outro, é soberba. A soberba é maligna e faz apodrecer um coração (Jeremias 13.9-10). O sábio Salomão adverte contra a soberba (Provérbios 3.7). O apóstolo Paulo também faz referências quanto ao crente não usar de soberba nos seus relacionamentos (Romanos 1.22 e 12.16). Deus chora por causa da soberba do Seu povo (Jeremias 13.17). “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte.” (1 Pedro 5.6).

O sexto “ai” do profeta Isaías é por causa da troca de valores (5.22) - Estamos exatamente no tempo das “trocas de valores”. Faz-se o que é errado como se fosse certo. Muito forte e valente para as coisas erradas, mas fraco e covarde em relação ao trabalho de Deus. Esperteza e dinamismo para envolvimentos materiais, mas displicência e comodismo na Causa do Senhor. Fácil aceitação aos lançamentos malignos e incapacidade para aceitar o que pode trazer bênção. “Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4.17).

Os “ais” de Isaías também são para o nosso tempo. Façamos individualmente um exame interior e deixemos que Deus esclareça melhor a Sua Palavra em nossas mentes e corações. Assim, humildes, curvemo-nos em súplica pelo Seu perdão e consagremo-nos sem mais tardar.


OS "AIS" DO PROFETA ISAÍAS


Assim como chamamos o profeta Jeremias de profeta chorão por causa de suas lamentações também podemos chamar Isaías de profeta dos ais, porque várias vezes ele se refere ao povo, a um grupo ou até a alguém em particular, começando por uma expressão de tristeza: “Ai...”. É como se ele estivesse advertindo alguém pelo seu mau caminho e decisões erradas, mostrando as tristes consequências. No capítulo 5, Isaías lamenta-se seis vezes. Vejamos as três primeiras causas de sua tristeza:

O primeiro “ai” do profeta Isaías é por causa do egoísmo do povo (5.8) - Quando perguntaram ao Senhor Jesus qual o grande mandamento, Ele respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus... e a teu próximo como a ti mesmo.” (Lucas 10.27). Parece-nos que a Igreja em Atos (capítulo 2) entendeu este mandamento, pois funcionava perfeitamente (tinham tudo em comum). O apóstolo Paulo nos adverte em Filipenses 2.21: “porque todos buscam o que é seu”. Entendemos que o egoísmo não deve fazer parte da vida do crente, pois o egoísmo não é de Deus e o egoísta, em sequência, também não é de Deus.

O segundo “ai” do profeta Isaías é por causa das bebedeiras e as festas mundanas realizadas pelo povo (5.11-12) - Muitas vezes dizemos: eu não pratico tal e tal coisa, mas não julgo quem as pratica: cada um é quem sabe de sua vida. Desta forma, vemos muitas pessoas que vão caindo pelo abismo da perdição sem que alguém lhes mostre, antes, o caminho da salvação, apenas porque não querem se aborrecer, ou se intrometer na vida dos outros, ou até estão felizes em apenas observar (apesar de não fazerem parte de festas e bebedeiras). Ficam de longe olhando os que tais coisas praticam sem lhes dar uma oportunidade de conhecerem a Verdade. “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro...” (Habacuque 2.15-16). Tiago relembra: “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, está pecando” (Tiago 4.17). E o profeta Ezequiel exorta: “eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel”. (Ezequiel 3.17).

O terceiro “ai” do profeta Isaías é por causa da teimosia do povo (5.18) - A origem da teimosia é a incredulidade (2Reis 17.14). Quando os ouvidos estão fechados à fé, então o povo se torna teimoso. Pela teimosia vem o orgulho, a arrogância, isto é, a compreensão do erro, mas o não quebrantamento e humilhação. Deus sabe que a teimosia existe somente no coração perverso (Jeremias 7.24).

A tristeza de Isaías reflete de várias formas a tristeza de Deus. Lancemo-nos diante do Senhor e clamemos pelas Suas misericórdias. Arrependidos, confessando os nossos pecados, supliquemos o Seu perdão.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

VIVENDO PELO COMPROMISSO


Compare o texto de Isaías 5.1-10 com João 15. Em ambos perceberemos, naturalmente, o eterno amor do Agricultor (o Pai) é o seu compromisso com a Videira (o Filho) que, por sua vez, se compromete a cuidar das varas (os servos) para que produzam abundância de frutos. E a vara é chamada para permanecer ligada à Videira, a fim que dê muitos frutos; a vara desligada da Videira evidentemente nada poderá fazer e a ela, desligada da Videira, restará secura e ardência pelo fogo. As varas frutíferas são todos os que amam o Pai e amam o Filho, permanecendo no amor de Jesus e guardando o seu maior mandamento: “...que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”. Consequentemente, todas as varas que permanecerem ligadas na Videira receberão a seiva da vida, que é a Palavra e serão contempladas com a graça de realizar tudo o que pedirem porque a Videira Verdadeira lhes atenderá.

Jesus sabia que aquele que o ama e permanece comprometido com ele, certamente seria aborrecido pelo mundo que não conhece a Deus. E ele completa “... se a mim perseguiram, vos também vos perseguirão a vós...” (João 15.20). Entendamos que aquele que nos aborrece (persegue), também persegue a Jesus e aborrece ao Pai. Vejamos o que nos diz a Palavra em Provérbios 6.16-19:

“Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa e mãos que derramam sangue inocente; coração que maquina pensamentos viciosos; pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa, que profere mentiras; e o que semeia contendas entre irmãos.”

O apóstolo Pedro, assim como Paulo (Efésios 6.10-18), entenderam perfeitamente que há uma perseguição feroz e destrutiva contra aqueles que decidiram de uma vez por todas serem seguidores de Jesus permanecendo comprometidos na fé, no amor e na obediência. “... sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar, ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.” (1Pedro 5.5-9).

Para refletir:

"Jesus sabia que aquele o ama e permanece comprometido com ele, certamente seria aborrecido pelo mundo que não conhece a Deus." Diante desta afirmativa reflita:

1.   Como você tem demonstrado seu comprometimento com Jesus?
2.   O mundo tem aborrecido você? De que maneira?


É BOM CONFIAR EM DEUS

Deus revelou a Isaías como cultuá-lo através da gratidão, do louvor, da adoração e da total confiança em suas palavras. Porque é bom confiar em Deus? O capítulo 26 do livro de Isaías mais uma vez nos revela o porque. O princípio básico daquele que confia em Deus é estar com a mente em Deus (Isaías 26.3). Vamos buscar o aprendizado e colocar em prática as lições da Palavra de Deus.

1. É bom confiar em Deus porque Ele nos dá paz (Isaías 26.3). É a paz que vem através de Jesus Cristo, pois é Ele quem diz: “a minha paz vos dou” (João 14.27). Os apóstolos falaram desta paz. Pedro entendeu a paz (I Pedro 3.11); Paulo falou desta paz (Filipenses 4.7); Tiago exercitava a paz (Tiago 3.18); as igrejas viviam em paz (Atos 9.31). E você? Vive em paz com Deus, com a igreja, com seu irmão, com você mesmo?

2. É bom confiar em Deus porque Ele nos dá proteção (Isaías 26.4). Pensemos agora em todos os abrigos e refúgios conhecidos contra os males e dificuldades desta vida. Há algum melhor do que estarmos sob os braços do Senhor? “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro” (Salmos 91.4). Como uma criança que se sente segura nos braços de seu pai, assim devemos nos sentir com Deus. “Deus é meu refúgio e fortaleza...” (Salmos 46); “... bem-aventurado todos aqueles que nele confiam” (Salmos 2.12) .

3. É bom confiar em Deus por causa da Sua Justiça (Isaías 26.9). Diz o Senhor: “Os meus juízos não são os vossos juízos”. Que bom sabermos disto, não é? Já pensaram se Deus deixasse por nossa conta o julgamento de todas as coisas? Seria terrível!! Porém, ao confiarmos em Deus, confiamos também na Sua Justiça. Ele é Deus de Justiça!

4. É bom confiar em Deus porque Ele nos dá esperança de vida eterna (Isaías 26.19). O Senhor Jesus disse: “Quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 14.25). Houve um pregador, chamado Moody, que disse: “quando vocês ouvirem que Moody morreu, não acreditem! Moody não morreu! Ele está vivo com Jesus Cristo!”. Esta é a esperança do crente: a vida eterna com Jesus Cristo.
Conclusão: Paz, proteção, justiça, esperança. Quatro grandes motivos para confiar plenamente em Deus.

Para refletir:
a.   Lembre um momento em que você sentiu-se protegido por Deus.
b.   Paz, proteção, justiça, esperança – qual desses motivos você mais necessita?
CULTO PELO QUE DEUS FAZ


É muito comum cultuarmos a Deus pelas coisas boas que Ele nos tem dado. Assim, agradecemos a vida, a paz, a salvação, a saúde, o lar, etc. Porém, a partir do momento em que incorremos no erro e Deus nos adverte, ficamos revoltados e não aceitamos, na maioria das vezes, a repreensão de Deus. Consequentemente, não cultuamos a Deus, permitindo que o inimigo avance nas suas linhas de combate à alma.

A Bíblia diz que Deus é zeloso e repreende a quem ama (Provérbios 3.12) e que repreende e castiga a todos quantos ama (Apocalipse 3.19). O profeta Isaías entendeu isto perfeitamente. Por isso, em dois belíssimos salmos (Isaías 12 e 25) ele louva a Deus pelas Suas infinitas bênçãos e misericórdias e porque Ele é justo. Começa dizendo: “Graças Te dou, ó Senhor” (12.1). Que espírito de gratidão maravilhoso! Como pode haver um cristão que mesmo advertido não seja grato a Deus? Que culto prestará a Deus? Como poderá, então, demonstrar a sua gratidão?

Veja em 12.2 a 12.4: “confiarei e não temerei”, daí graças, invocai ao Senhor... tornai manifestos os Seus feitos entre os povos”. Mas Isaías também louva a Deus dizendo: “Cantai ao Senhor” (12.5) e “Exulta e canta de alegria” (12.6). Vejamos: gratidão e louvor – duas características importantes para quem deseja oferecer um culto ao Senhor. Por que louvar ao Senhor? “Porque fizeste maravilhas” (25.1); “porque grande é o Santo de Israel no meio de Ti” (12.6).

Finalmente Isaías nos ensina que o verdadeiro culto a Deus é expresso através da adoração: “Invocai o Seu Nome” (12.4). Só um crente que tem visão de Deus no Seu Santo Templo é que pode e deve oferecer o verdadeiro culto pelo que Deus faz (Isaías 6.1-8).

Aprendamos com o profeta Isaías a oferecer um verdadeiro culto ao Senhor, adorando-O, louvando o Seu Santo Nome e agradecendo-Lhe pelas ricas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós. Amém.


Para refletir: "Deus é zeloso e repreende a quem ama"

quinta-feira, 14 de maio de 2015

ATÉ O PESCOÇO

Ao lermos Neemias 3.5, verificamos, após estudo do livro e da situação em que vivia o povo de Israel, que Neemias não teve o apoio de todos na reconstrução dos muros de Jerusalém. Faltou a elite, representada pelos nobres e magistrados, os quais, apesar de estarem vivendo sob condição de cativos (escravos – mesmo com as mordomias), não sentiam, ou pelo menos não demonstraram o desejo pela libertação. Eram homens satisfeitos com a situação, acomodados com o regime e indiferentes aos apelos de Neemias e seus assessores para regressarem à sua terra de origem.

“Não colocar o seu pescoço no serviço de seu Senhor”, significa não estar disposto totalmente a realizar a obra de Deus, mesmo consciente da urgente necessidade. “Não colocar o seu pescoço no serviço do seu Senhor” significa ficar indiferente aos apelos de Deus, que pergunta: “a quem enviarei e quem há de ir por nós?”.

Disto resulta um esfriamento mortal, pois o comodismo diante da situação desesperadora é algo terrivelmente assustador. Vivemos em clima de tensões diversas onde a humanidade procura um caminho para solução de seus problemas que a cada dia se tornam mais críticos.

Porém, enquanto a ociosidade espiritual estiver pairando sobre nossas igrejas, enquanto muitos continuarem omissos ao “ide” do Senhor, e cativos, escravos das suas próprias pretensões egoísticas (Filipenses 2.19), a igreja de Cristo e seu Evangelho vai se colocando como motivo de discussões ideológicas e acadêmicas e não como instrumento de libertação material, moral e espiritual dos povos.

A recomendação do apóstolo Paulo enfatizando ao não conformismo com este mundo é muito séria. Deve ser levado em consideração o apelo à transformação pela renovação do nosso entendimento.

Enquanto alguns “nobres” ficam trocando seis por meia dúzia, buscando sucesso e de si mesmos proclamam os mais altos conceitos; enquanto outros deixam de apresentar-se “como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, muitos são impedidos de experimentar “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.


Coloquemo-nos hoje ao serviço do nosso Senhor. Até o pescoço!

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