domingo, 20 de maio de 2012

DE UM ANÔNIMO PARA OUTROS - II


 
Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.


Passou a primeira entrevista e o diretor tomou a decisão final ao descobrir, através do currículo, que as realizações do jovem acadêmico eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

– Você recebeu alguma bolsa na escola? – perguntou-lhe o diretor. 

– Nenhuma. – foi a resposta do jovem.

– Foi seu pai quem pagou as suas mensalidades?

– O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano; foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades.

– Onde trabalha a sua mãe?

– A minha mãe lava roupas.

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos e o jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

– Alguma vez ajudou sua mãe lavar as roupas?

– Nunca. Minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ela lava a roupa mais depressa do que eu.

Então o diretor disse que tinha um pedido: “Hoje, quando voltar, vá e limpe as mãos da sua mãe e depois venha ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa, pediu à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe estranhando aquele pedido ficou feliz, mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e com demasiadas contusões. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupas todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.

Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou o restante das roupas.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor, que percebeu as lágrimas nos olhos do jovem.

– Diga-me, o que fez e que aprendeu ontem em sua casa?

– Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram.

– Por favor, diz-me o que sentiu.

– Em primeiro lugar aprendi o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro lugar, aprendi a apreciar a importância e o valor de uma relação familiar.

– Isto é o que eu procuro para um gerente! – disse o diretor emocionado. E completou: – Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Está contratado!

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis se desenvolverá mentalmente e sempre se colocará egocentricamente em primeiro lugar. Ignorará os esforços dos seus pais e quando começar a trabalhar assumirá que todas as pessoas o devem ouvir e quando se tornar gerente, nunca saberá o sofrimento dos seus empregados e sempre culpará os outros. Para este tipo de pessoa, que pode ser boa academicamente, e ser bem sucedida por um tempo, mas eventualmente não sentirá a sensação de objetivo atingido. Resmungará cheia de ódio e lutará por mais. Insensibilizada pelo que se passa a sua volta.

Se formos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou a destruir os nossos filhos?

Pode-se deixar seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande TV em plasma. Mas quando cortar a grama, por favor, deixe-o experimentar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar e ensinar como deve de ser. Queira que ele entenda que não interessa o quão ricos são os seus pais, pois um dia ele irá envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?

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