quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A QUESTÃO DAS ENFERMIDADES E A PROVIDÊNCIA DIVINA

É muito difícil uma pessoa, em seu estado normal, aceitar qualquer tipo de enfermidade, seja ela de origem genética, congênita ou não. Com relação ao recém-nascido, a compreensão torna-se quase inaceitável. Os “por quês” surgem diariamente e as conclusões chegam às raias das acusações, o que aumenta o sofrimento de todos.

Por que uma criança nasce doente? Esta é a pergunta básica. Por que uma criança nasce doente se ela não tem pecado? A pergunta básica se estende a ponto de incluir, sutilmente, a pessoa de Deus. Fica embutido que quando esta criança estiver adulta, pecadora, ela pode ficar doente porque a doença seria uma espécie de castigo. Por que uma criança nasce doente, sendo amada por seus pais cristãos e, ainda no ventre materno, ela foi consagrada a Deus? Agora a pergunta, que antes era básica, transformou-se numa acusação e cobrança. Acusam-se os pais e cobra-se de Deus.

Estas são questões próprias de um ser humano. Não aceitamos o desastre, a desgraça, o infortúnio, a infelicidade, a desventura. Olhamos para dentro de nós mesmos procurando as respostas e não a encontramos, porque queremos encontrá-las dentro da nossa verdade e desde que sejam de acordo com a nossa vontade. Como isto não acontece, então vamos a Deus. E não aceitamos as respostas. Não aceitamos a verdade e a vontade de Deus. Apenas lembramos que somos seres humanos e nos esquecemos que também somos seres espirituais. Esquecemos que temos alma. Criamos nossos próprios parâmetros de dependência e nos abstemos de vivermos na dependência de Deus. Então o desastre, a desgraça, o infortúnio, a infelicidade, a desventura, a doença passam a ser vistos como “um mal”. E queremos estar livres desta coisa “má”.

Um bebê que nasce com uma enfermidade, nasceu com um mal. “Não nasceu saudável” – dizem os médicos e os pais. Mas então, por que estas coisas acontecem conosco? Porque somos seres humanos e seres espirituais. Portanto, como tais, precisamos entender algumas coisas, direcionando a nossa visão para a visão de Deus para concluirmos que basicamente é uma questão de obediência e desobediência.

No Velho Testamento, havia o rigor da Lei, ou seja, a expressão “não faça isto” deve ser entendida como “não faça isto” porque “se fizer o que não é para ser feito, as conseqüências serão terríveis”. Algumas destas terríveis conseqüências poderão atingir a terceira e quarta gerações (Êxodo 20.5; 34.7; Números 14.18; Deuteronômio 5.9). Em Deuteronômio capítulos 27 e 28 encontraremos o que chamamos de Capítulos das Bênçãos e das Maldições. O versículo 61 do capítulo 28 fala a respeito das doenças. Mas o povo, quando acometido pelas maldições, olhava somente para o Monte Ebal, quando deveriam olhar também para o Monte Gerizim.

No Novo Testamento ainda há o rigor da Lei. O dualismo Obediência versus Desobediência ainda permanecem. As suas conseqüências também. Felizmente Deus é imutável. Mas Deus viu que o ser humano não percebera que, para a sua sobrevivência, o melhor era escolher a obediência. Daí a constante maldição sobre as suas vidas. Então “Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Aliás, o infinito e intenso amor de Deus já era do conhecimento do povo deste outrora, como hoje também o é. Mas a dificuldade residia – e hoje ainda reside – em desejar viver intensamente dentro deste amor.

Quando Jesus se encontrou com um cego de nascença (João capítulo 9) o dualismo Obediência versus Desobediência ficou ainda mais claro: o homem nascera cego para que se manifestasse nele a glória de Deus. Mas ninguém – nem os seus vizinhos, nem os líderes religiosos, nem seus pais – nenhum deles deu glória a Deus! Talvez alguns até desejassem que o homem continuasse cego, pois para ele este seria o seu melhor status.

Mas não é isso que desejamos para os nossos “enfermos”, não é verdade?

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